Depois de dizer “não” à onda da mobilidade elétrica durante anos, a Ferrari finalmente cedeu à nova realidade e já admite produzir um veículo esportivo movido a bateria.
O anúncio foi feito nesta segunda (15/01), nos Estados Unidos, por Sergio Marchionne, o principal dirigente da grife italiana de automóveis de luxo.
“Se há um supercarro elétrico a ver construído, então a Ferrari será a primeira”, afirmou, em entrevista no Salão do Automóvel de Detroit.
TUDO MUDOU
Em março de 2016, Marchionne tinha declarado: “você vai ter de atirar em mim primeiro”, ao responder a uma pergunta sobre se tinha planos de produzir um modelo elétrico.
Agora, tudo mudou. O motivo? A americana Tesla e especialmente o Roadster, o superesportivo elétrico que Elon Musk promete para 2020.
Em Detroit, um tanto a contragosto, o executivo (que também é o CEO da Fiat-Chrysler) já aceita a hipótese um veículo elétrico com o lendário logotipo do cavalinho rampante.
“As pessoas estão impressionadas com o que a Tesla fez com um supercarro. Eu não quero minimizar o que o Elon fez, mas isto é factível para todos nós”.
No entanto, não deu qualquer detalhe adicional sobre quando e como a Ferrari elétrica estaria no mercado.
HERESIA
O recuo é um sinal importante da irreversibilidade dos veículos elétricos, que chega até ao mercado de alto luxo.
Depois de uma resistência inicial, BMW e Porsche, concorrentes da Ferrari, também fizeram o mesmo, na tendência de toda a indústria automobilística.
As marcas alemãs já anunciaram para 2019 versões totalmente elétricas de seus modelos i8 Roadster e Mission E.
Trata-se de uma mudança profunda na cultura do automóvel que dominou todo o século 20.
No mundo dos esportivos de luxo, a ideia de um carro autônomo elétrico que prive o motorista do prazer de dirigir e ouvir o ronco do motor em alta velocidade é simplesmente herética.
“Para a Ferrari, é quase um conceito obsceno”, chegou a dizer Marchionne em 2016, no Salão de Genebra.
Exatamente o que eu procurava sobre baterias automotivas. Obrigada!