‘Frota limpa’ deve começar pelos ônibus novos, diz ABVE

A executiva da Eletra Iêda de Oliveira disse aos vereadores da Câmara de São Paulo que a conversão da frota de ônibus paulistana para uma matriz de combustíveis não poluentes deveria começar pelos veículos novos.

A proposta foi apresentada na quarta-feira (17/5/17), em reunião da Comissão de Trânsito, Transporte, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia.

Iêda defendeu o plano da Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE) – da qual é vice-presidente – para renovar os 15 mil ônibus da maior cidade do país.

Pela proposta (ver quadro abaixo), toda a frota de ônibus novos estaria convertida para uma matriz de combustíveis não fósseis em dez anos (2027). E a frota total, em 15 anos (2032).

Também participaram da apresentação na Câmara o presidente da ABVE, Ricardo Guggisberg, e o executivo Silvestre Sousa, da BYD.

LEI DE MUDANÇA DO CLIMA

A ABVE defende um novo cronograma de mudança dos ônibus de São Paulo para substituir as metas fixadas em 2009 pela Política de Mudança do Clima do Município de São Paulo (Lei 14.933).

O Artigo 50 da Lei 14.933 previu um período de dez anos para a completa conversão da atual frota. A meta vence em 2018 e nunca foi posta em prática.

Pelo cronograma da ABVE, a conversão começaria pelos 10% de ônibus novos que anualmente substituem os mais antigos. O seja, 1.500 veículos/ano, dos 15 mil da frota total.

A ABVE propõe que, nos dois primeiros anos, 20% daqueles 1.500 ônibus novos sejam movidos a energias majoritariamente renováveis. Ou seja, 300 veículos no primeiro ano e mais 300  no segundo.

Aquele percentual subiria dez pontos percentuais a cada ano nos anos seguintes. Portanto, mais 450 veículos (30%) no terceiro ano, mais 600 (40%) no quarto, e assim sucessivamente.

Em 2027, todos os ônibus novos já entrariam no sistema de transporte com tecnologias renováveis  – veículos elétricos puros, híbridos ou trólebus.

Naquele ano, haveria, portanto, 8.400 ônibus de baixa emissão de poluentes e 6.600 de veículos convencionais. A renovação total dos 15 mil veículos da frota se completaria em 15 anos (2032).

PROPOSTA REALISTA

“A proposta da ABVE é realista e economicamente viável”, disse Iêda de Oliveira. “Temos consciência das dificuldades orçamentárias da Prefeitura de São Paulo, mas é preciso dar o primeiro passo e persistir”.

Também não é um plano radical, segundo ela, pois prevê desde veículos elétricos puros, inteiramente movidos a bateria, aos modelos híbridos e até os movidos a gás, etanol e biodiesel.

“Nosso cronograma prevê o emprego de todas as tecnologias disponíveis, com o uso de combustíveis majoritariamente não fósseis. Caberá ao Poder Público avaliar os de melhor desempenho”, acrescentou.

A ABVE espera que a Prefeitura leve em conta suas sugestões nas regras da licitação que será lançada até o final de maio pela Secretaria Municipal de Transporte e Mobilidade (SMT).

A licitação deverá definir, até o final de 2018, os contratos que regerão o sistema de transporte coletivo de São Paulo pelos próximos 20 anos.

RECEPTIVIDADE

O cronograma da ABVE foi bem recebido pelos vereadores. O presidente da Comissão de Transportes, Senival Moura (PT) disse que poderá convocar uma audiência pública sobre o tema.

O vereador Adilson Amadeu (PTB),  vice-presidente da Comissão e aliado do prefeito João Doria, afirmou que a proposta apresentou números  “muito interessante”, que deveriam ser levada em conta pela Prefeitura.

A ABVE já entregou sua proposta aos 21 vereadores das comissões de Transporte, de Meio Ambiente e de Saúde, além do presidente da Câmara, vereador Milton Leite (DEM).

Fonte: ABVE

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