Com seis anos de atraso, a Prefeitura de São Paulo finalmente conseguiu retomar nesta terça (5/2) a licitação para renovar a frota de ônibus do transporte municipal.
A Secretaria de Transportes (SMT) abriu os envelopes e divulgou os nomes das empresas concorrentes, numa sessão pública no Instituto de Engenharia de São Paulo.
Foi o último capítulo de uma longa novela de adiamentos e questionamentos da Justiça, do Tribunal de Contas e do Ministério Público.
Os contratos anteriores vigoraram de 2003 a 2012. De 2013 até agora, foram sucessivamente renovados em caráter emergencial.
Os envelopes continham apenas os documentos das concorrentes, que foram conferidos e assinados pela Comissão de Licitação.
As propostas comerciais serão conhecidas em março ou abril. A secretaria espera assinar os contratos em três meses.
O edital dividiu a rede de transporte em 32 lotes. Em 31 deles, apenas uma empresa ou consórcio se candidatou. Só no lote D7 haverá dois candidatos (consórcios Imperial e Transunião).
Todos os grupos concorrentes são liderados ou formados pelas tradicionais empresas que já operam o transporte público paulistano há décadas.
O secretário de Transportes, Edson Caram, minimizou a pouca concorrência pelos lotes. “O importante é seguinte: a licitação veio para modernizar o sistema público de transporte”.
ELÉTRICOS
Pela primeira vez na história do transporte paulistano, as empresas terão de se comprometer com metas anuais de redução da poluição do ar.
O edital da licitação incorporou as metas de corte de gás carbônico (CO²), material particulado (MP) e óxidos de nitrogênio (NOx) previstos na lei ambiental 16.802/2018, aprovada pela Câmara no final de 2017.
Além disso, fixou um cronograma anual que obriga as empresas vencedoras das principais linhas a cortar 55% das emissões de CO² e 90% das de NOx e MP nos próximos dez anos. E a zerar essas emissões em 20 anos.
Na prática, essas exigências só serão cumpridas com a troca dos ônibus a diesel, que são a quase totalidade da frota, por veículos elétricos e híbridos (ou por outra tecnologia de combustível sustentável).
O secretário destacou também outros benefícios obrigatórios previstos no edital, como veículos com ar condicionado, wi-fi, entrada USB e piso rebaixado.
EMPRESAS
Veja quais são os concorrentes:
Sistema Estrutural (grandes corredores de trânsito):
E1: Consórcio Bandeirante;
E2: Sambaíba;
E3 e E7: Viação Metrópole Paulista;
E4: Via Sudeste;
E5: Mobi Brasil;
E6: Viação Grajaú;
E8: Transvida;
E9: Gatusa.
Articulação Regional (ligação entre bairros e grandes corredores):
AR1: Consórcio Bandeirante;
AR2: Sambaíba;
AR3: Metrópole Paulista;
AR4: Express;
AR5: Via Sudeste;
AR6: Mobi Brasil;
AR7: Consórcio KBPX;
AR8: Gato Preto;
AR9 e AR10: Transvida.
Distribuição local (trânsito dentro dos bairros)
D1 e D2: Transnoroeste;
D3: Transunião;
D4: Upbus;
D5: Pêssego;
D6: Alibus;
D7: Transunião e Imperial;
D8: Move Bus;
D9: A2;
D10 e D11: Transwolf;
D12: Transcap;
D13: Alpha Rodo Bus.
NÚMEROS
A frota paulistana é a maior do Brasil e a terceira do mundo. São 14.400 ônibus, que transportam 9,5 milhões de passageiros por dia.
Os contratos que serão assinados valem por até 20 anos. O custo total do sistema de transporte será de R$ 71 bilhões no período.
Sistema Estrutural: 9 lotes. Valor total: R$ 28.127.313.865.
Articulação Regional: 10 lotes. R$ 20.794.948.745.
Distribuição Local: 13 lotes. R$ 22.218.767.032.
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