A diretora da Eletra, Iêda de Oliveira, apresentou uma nova abordagem sobre a importância dos ônibus elétricos e híbridos no transporte público das grandes cidades brasileiras.
“A tecnologia de elétricos e híbridos agrega valor ao negócio de transportar pessoas” – disse ela aos empresários de ônibus reunidos no início de agosto, em São Paulo, num debate da Associação Nacional das Empresas de Transporte Urbano (NTU), na LatBus.
Segundo Iêda, a mudança da matriz energética dos ônibus, com a troca dos motores a diesel, será essencial para a própria sobrevivência, a longo prazo, das empresas privadas de transporte.
USUÁRIO
Não se trata apenas de apoiar essa transição com base nos tradicionais argumentos em defesa da saúde pública e do fim da poluição.
“É o nosso modelo de negócio que está em jogo: quanto mais conforto pudermos oferecer ao transporte das pessoas, melhor”.
Diante das evidências de que o número de passageiros de ônibus tem caído constantemente no Brasil, Iêda desafiou os empresários a olhar para o futuro.
Segundo ela, resistir à modernização tecnológica e ao uso de combustíveis limpos apenas ampliará as dificuldades do setor.
Citou como exemplo a Metra, empresa do mesmo grupo da Eletra e que opera o Corredor ABD, na Grande São Paulo, e cujos números de aprovação do usuário são os maiores do país.
“Em muitos horários, os ônibus da Metra circulam com 6/7 passageiros por m²; por que, então, ela tem 87% de satisfação?”
Um dos motivos – respondeu – é o fato de que os ônibus movidos a eletricidade, por serem silenciosos, limpos e eficientes, aumentam a satisfação e a confiança dos passageiros no sistema.
A Metra circula com quase metade de sua frota formada por trólebus e ônibus elétricos e híbridos – todos produzidos pela Eletra em sua fábrica de São Bernardo do Campo.
PASSAGEIROS
Pesquisa anual da própria NTU constata que o números de passageiros do sistema brasileiro de transporte público caiu nada menos do que 35% nos últimos 20 anos.
Só em 2017, a queda do movimento nos ônibus urbanos foi de 9,5% em relação a 2016, o que equivale a menos 3,6 milhões de passageiros.
Iêda procurou tranquilizar os empresários preocupados com a perspectiva de mudança de uma matriz de combustível com a qual estão acostumados há décadas.
Fez questão de lembrar que, num país de tantos contrastes como o Brasil, a diversidade das fontes de energia ainda será a marca do transporte público por muito anos.
“A tecnologia do diesel (ou do biodiesel) não vai morrer nunca; a gente vai ter espaço para todas as tecnologias” – afirmou.
SEMINÁRIO
O seminário “O Que Move o Setor: Diesel x Híbrido/Elétrico” foi organizado pela NTU durante a LatBus -Feira Latino-Americana do Transporte, realizada entre os dias 31 de julho e 2 de agosto no Transamérica Expo Center, na Zona Sul de São Paulo.
O coordenador do debate foi Francisco Christovam, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo (SPUrbanuss).
Ao final do seminário,os participantes foram convidados a uma visita à sede da Metra, em São Bernardo do Campo.
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