O E-Bus 100% elétrico de 23 m fabricado pela Eletra foi o destaque da reportagem da Globo News sobre transporte do futuro, transmitida ao vivo no final da tarde do dia 4 de maio (aqui).
O entrevistado foi Thiago Sugahara, vice-presidente da Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE) e chefe do Departamento de Assuntos Governamentais da Toyota do Brasil.
Ele falou à repórter Thais Itaqui sobre a importância da nova lei ambiental da cidade de São Paulo para o transporte público sustentável e defendeu a redução do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) dos veículos elétricos.
A entrevista foi realizada no interior do E-Bus da Metra, durante uma viagem no Corredor ABD entre os terminais Jabaquara (Zona Sul de São Paulo) e Diadema (região do ABC).
O veículo totalmente elétrico fabricado pela Eletra foi apresentado como um exemplo de “transporte do futuro” já em operação num dos mais movimentados corredores de ônibus de São Paulo.
Ao entrar no veículo, a repórter pediu para o motorista ligar o motor elétrico e destacou o fato de não se ouvir nenhum barulho. “Está ligado? Parece que não ligou!”
Lançado no final de 2013, o E-Bus é o primeiro ônibus 100% elétrico fabricado no Brasil.
Seu conjunto de 14 baterias elétricas garantem até 200 km de autonomia, com recarga total de apenas três horas e emissão zero de poluentes.

Thiago Sugahara é vice-presidente de Veículos Leves da ABVE e diretor da Toyota
MERCADO
Na entrevista, Thiago Sugahara falou sobre a importância da nova lei ambiental 16.802/2018 para o mercado do veículo elétrico no Brasill, tanto no transporte público quanto no particular.
A lei foi aprovada em dezembro na Câmara Municipal de São Paulo e sancionada pelo então prefeito João Doria no dia 17 de janeiro. Ela fixa metas ambientais inéditas nas legislações brasileiras sobre transporte público.
A principal delas é o corte em dez anos de 50% das emissões de gás carbônico (CO²) dos 14.400 ônibus da frota paulistana, e de 100% em 20 anos.
Na prática, para atingir as metas, as empresas de ônibus terão de trocar os veículos a diesel por ônibus elétricos semelhantes ao exibido na reportagem – entre 6 e 7 mil em dez anos e toda a frota em 20 anos.
Quando a repórter perguntou se essa legislação será mesmo cumprida, Sugahara respondeu: “agora, haverá um acompanhamento da sociedade civil e da Associação Brasileira do Veículo Elétrico para garantir essa mudança na frota de ônibus de São Paulo”.
Ele falou também sobre a carga tributária que incide sobre os automóveis elétricos e híbridos no Brasil, prejudicando o crescimento desse mercado. “O grande problema, hoje, é o IPI”.
“O veículo mais eficiente hoje em São Paulo faz em torno de 18 a 22 km por litro de combustível e paga 13% de IPI. Um veículo convencional, que faz entre 10 e 12 km por litro, paga 7%. Já um veículo 100% elétrico e alguns modelos híbridos pagam 25%. Qual a lógica desse sistema?”
O tema da reportagem foi o mesmo do Festival Globo News Prisma, que também tratou de mobilidade sustentável num ciclo de debates realizado no dia 5 de maio, num espaço de coworking na Zona Oeste de São Paulo.
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